quarta-feira, 18 de abril de 2012


Bons tempos
Delair Correa Marinho (2006)
Há tempo que não te vejo
Percevejo, percevejo.
O sol já muito apagado
A claridade embaçada
Quase não vejo mais nada
Do brilho daquela aurora
Quando olhando na janela
Via a chuva que chorava
Como se a tristeza do mundo
Na janela resvalava
Parecia que a humanidade
Uns com os outros se importava
E mesmo com as agruras ajudavam
Lembro-me que minhas tardes
Eram suaves como as brumas
Passarinhos me encantavam
Assim como as nuvens no céu
Às vezes no cafuné
Ou em lindas travessuras
Como minha vida era pura
Como bolha de sabão
Ai eu sorria correndo
Cansava-me mais sorria
Mais a escola sombria e irresponsável
Largou-me na contramão.

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